A biologia [...] necessita urgentemente de uma mudança de paradigma [...].
Comecemos com o problema da consciência. Os neurofisiologistas tentam aplicar sua metodologia reducionista para compreender a consciência como produto de processos cerebrais, interações neuronais. Mas como mostrou o filósofo David Chalmers, de que modo esse enfoque pode ter sucesso? Uma abordagem reducionista só pode ser bem-sucedida se criar um modelo para um objeto em termos de objetos mais simples, mas a consciência não é apenas um objeto, ele é também um sujeito.
Se a biologia não consegue explicar a consciência, é tempo de pensar se uma base metafísica do primado da consciência, a base que a física quântica está nos oferecendo, pode explicar os vários fenômenos que a biologia deixa sem explicação.
Para uma apropriada biologia dentro da consciência, precisamos pressupor que uma única célula viva já está articulada para medição quântica auto-referencial. Suponha que uma medição quântica para uma célula viva seja também uma hierarquia entrelaçada, semelhante ao caso do cérebro. Quando a conciência produz o colapso dos estados da célula, ela se identifica com a célula auto-referencialmente, uma identidade que chamamos de vida, algo distinto do ambiente.
Em sua natureza fundamental, essa identidade é uma identidade com a vida toda, uma vez que a vida toda tem origem nessa primeira célula viva. Acompanhando James Lovelock, chamo essa identidade "consciência de Gaia". Essa identidade fundamental então se propaga ainda mais num jogo alternado de criatividade e condicionamento, muito à semelhança do desenvolvimento do nosso ego.
[...] O ambiente, a natureza, não é realmente o nosso inimigo [...] o ambiente é nós. Sua separação de nós é um jogo ilusório.