quinta-feira, 27 de março de 2014

A VISÃO DE EINSTEIN SOBRE DEUS


“Sem religião, a ciência é manca; sem ciência, a religião é cega.”  (...)  A verdadeira visão do mais famoso gênio do século 20 sobre o tema, porém, é bem mais complicada.

(...)

Deixemos que o próprio Einstein explique, afinal de contas, qual sua visão sobre a existência/inexistência de Deus:
“Não posso provar para você que não existe um Deus pessoal, mas, se eu fosse falar dele, seria um mentiroso. Não acredito no Deus da teologia, que recompensa o bem e pune o mal. Meu Deus criou as leis que resolvem esse problema. O Universo dele não é regido por nossos pensamentos e desejos, mas por leis imutáveis.”

Ao mesmo tempo, Einstein se dizia um sujeito extremamente religioso — mas no sentido de que era tomado por um “sentimento religioso cósmico”, que ele comparava ao pensamento de São Francisco de Assis (erradamente, desconfio) e do filósofo judeu holandês Baruch Spinoza (1632-1677). O indivíduo que adota essa perspectiva, diz Einstein, “sente a futilidade dos desejos e objetivos humanos e a sublimidade e maravilhosa ordem que se revelam tanto na natureza quanto no mundo do pensamento”, chegando ao desejo de “experimentar o Universo como um todo único e significativo”. Esse estado de espírito seria a “evolução” máxima das religiões primitivas, desde que se permitisse que a ciência “purificasse o impulso religioso do peso de seu antropomorfismo”, ou seja, da tentação de enxergar o divino com características humanas.

Com base nessa visão, Einstein chegou até a afirmar, de modo aparentemente paradoxal: “Se você reza e pede benefícios a Deus, não é um homem religioso”.